sábado, 8 de dezembro de 2012

A sombria e majestosa Mantiqueira

 
Fomos buscar em “Memórias de um suicida” respostas para algumas interrogações, dúvidas essas que já haviam sido positivamente instigadas pelas palavras de um companheiro na abertura da reunião de uma conhecida instituição de prevenção do suicídio, hoje areligiosa, sobre o contato histórico que seus fundadores e colaboradores  tiveram com Yvone Pereira em 1972.  O livro de Camilo Castelo Branco (capítulo III - "Homem, conhece-te a ti mesmo" ) não dá indicações diretas sobre onde fica Esperança, mas insinua veladamente sua localização, que tem tudo a ver com as nossas obras no vale do Paraíba, região onde a espiritualidade marianista é intensa tanto no universo católico como entre os espiritualistas.
Quem ali temporariamente estaciona, como eu estacionei, são grandes vultos do crime! É a escória do mundo espiritual - falanges de suicidas que periodicamente para seus canais afluem levadas pelo turbilhão das desgraças em que se enredaram, a se despojarem das forças vitais que se encontram, geralmente intactas, revestindo-lhes os envoltórios físico-espirituais, por seqüências sacrílegas do suicídio, e provindas, preferentemente, de Portugal, da Espanha, do Brasil e colônias portuguesas da África, infelizes carentes do auxílio confortativo da prece; aqueles, levianos e inconseqüentes, que, fartos da vida que não quiseram compreender, se aventuraram ao Desconhecido, em procura do Olvido, pelos despenhadeiros da Morte!

Não sei como decorrerão os trabalhos correcionais para suicidas nos demais núcleos ou colônias espirituais destinadas aos mesmos fins e que se desdobrarão sob céus portugueses, espanhóis e seus derivados. Sei apenas é que fiz parte de sinistra falange detida, por efeito natural e lógico, nessa paragem horrenda cuja lembrança ainda hoje me repugna à sensibilidade.

Ele também dá indicação não somente das razões dos nossos compromissos, mas também das raízes do conhecimento empregado para nos preparar para essas tarefas. Reparem o currículo da escola que ele frequentou ao sair do Vale Sinistro.

 

A CIDADE ESPERANÇA E SUA LOCALIZAÇÃO

Encantados, eu, Belarmino, João e mais os amigos brasileiros Raul e Amadeu, que se haviam incluído em o nosso antigo grupo, mal chegáramos ao Burgo da Esperança, logo nos sentimos atraídos para o novo monitor, e ansiosos pelas lições que se seguiriam. E supúnhamos que idênticas impressões animavam os demais colegas, porque percebíamos sorrisos de satisfação e lidimo interesse esvoaçarem pela assistência.

Entretanto, o aprendizado científico seguiu curso normal, alternando-se com o que vínhamos antes recebendo e mais os conhecimentos práticos através das aulas do eminente Souria-Omar.

Assim foi que o respeitável ancião ministrou-nos o encantamento de presenciarmos o nascimento e progressão, lenta e esplendente, do próprio Globo Terrestre! O que superficialmente conhecíamos (permitam-me que assim me expresse ante a magnificência do que, então, me foi concedido apreciar) através dos códigos de Ciência terrestre, isto é, da Geologia, da Arqueologia, da Geografia, da Topografia, o ilustre instrutor levantou da dobagem dos milênios para nos ofertar como o presente descrito em cenas vivas, em atividades reais, como se houvéramos participado, com efeito, do nascimento e crescimento da generosa estância do sistema solar que um dia nos abrigaria, protegendo nossa ascensão para o Infinito, auxiliando-nos no aperfeiçoamento do germe divino que em nós outros, Homens, como nela própria, também palpita! Tudo presenciamos: a centelha em ebulição, as trevas do caos, os aguaceiros e dilúvios aterrorizantes, os grandes cataclismos para a formação dos oceanos e rios, o maravilhoso advento dos continentes como o nascimento das montanhas majestosas, cadeias graníticas eternas como o próprio globo, tão conhecidas e amadas por aqueles que na Terra têm feito ciclo de progresso: os Alpes sombranceiros quais monarcas poderosos desafiando as idades, os Pirineus graciosos, o Himalaia e o Tibet venerandos, a Mantiqueira* sombria e majestosa, todos, em épocas diversas, surgiram do berço diante de nossos olhos deslumbrados, arrancando lágrimas de nossas almas, que se prosternavam, tímidas ante tanta grandeza, tanta beleza e majestade! Mas, antes disso, em prosseguimento feérico de maravilhas, a luta dos elementos furiosos para o crescimento do pequeno continente do céu, o oceano conflagrado em convulsões pavorosas, sacudindo o seio nascente do mundo imerso em solidão, o cataclismo dos ventos e tempestades a que nada poderá fornecer ao homem idéia aproximada... assim como os primeiros sinais de movimento e vida no leito imenso das águas convulsas, a vegetação, fabulosa e tétrica, no gigantesco volume das proporções... os dinossauros monstruosos, os lagartos de forma e força inconcebíveis à delicadeza corporal do

Homem, os mastodontes, a Pré-História! Era um livro tenebroso, imenso, magnífico, Epopéia Divina da Criação, desferindo alguns poucos acordes da sua Imortal Sinfonia através do Infinito do Tempo, da Eternidade das Coisas! E nesse livro soletrávamos o a b c da Iniciação, gradativamente, pacientemente, às vezes empolgados até ao delírio; de outras, banhados em lágrimas até ao temor, mas sempre ávidos e encantados, ansiosos por mais conhecimentos, lamentando mais do que nunca nossas diminutas forças de suicidas, que nem a terça parte nos permitia entrever do programa excelso ofertado pela Natureza!

 

*Palavra de origem tupi, não utilizada em Portugal, e que significa gota de chuva. Ao nosso ver trata-se da Serra da Mantiqueira.

O CURRÍCULO DA ESCOLA

De todos os conhecimentos que gradativamente adquiríamos, cumpria-nos apresentar pontos construídos por nós próprios, criar exemplos em teses que muito honrariam os institutos terrenos, caso quisessem adotar os mesmos ensinos para esclarecimento e moralização de seus alunos; extrair análises, tudo o que viesse provar nosso aproveitamento na iniciação do psiquismo. Forneciam-nos para tanto álbuns belíssimos, cadernos e livros lucilantes quais flocos de estrelas, e até aparelhos melindrosos, aos quais nos ensinavam acionar, para que também aprendêssemos a projetar para outrem as exemplificações que criávamos, ou mesmo as análises extraídas dos exemplos fornecidos pelos mestres durante as aulas práticas na Terra ou em outra localidade de nossa Colônia. Daí a criação de minhas novelas e a ansiedade de ditar obras aos médiuns, pois, durante as aulas práticas existia permissão para fazê-lo, sempre que um e outro trabalho por nós composto conseguisse aprovação dos maiorais; daí nosso sacrifício de tentarmos, durante cerca de trinta anos, escrever algo, que a um só tempo testemunhasse a Deus nosso reconhecimento pelo muito que Sua Misericórdia nos permitia e o desejo de relatar aos nossos irmãos de infortúnio, encarcerados nas dores terrenas, o que o Além lhes reservava. Para tal cometimento não haveria necessidade de sermos escritores, porque o aprendizado com nossos mentores nos educava o sentimento, equilibrando-nos o raciocínio de molde a conseguirmos servir à Verdade que nos rodeava!

Muita aplicação e devotamento exigiam esses estudos transcendentes, porquanto eram vastíssimos os campos de observação, como grandiosos os motivos diariamente deparados. Convém enumerar as palpitantes matérias estudadas e auscultadas por nós outros até onde nos permitiram as forças mentais que possuíamos:

- Gênese planetária ou Cosmogonia - Pré-História - A evolução do ser - Imortalidade da alma - A tríplice natureza humana - As faculdades da alma - A lei das vidas sucessivas em corpos carnais terrenos, ou reencarnação - Medicina Psíquica - Magnetismo  - Noções de magnetismo transcendental - Moral Cristã - Psicologia  - Civilizações terrenas

Alternados com as aulas de Evangelho, tais estudos apresentavam correlação íntima com aquelas, o que nos impelia a melhor compreender e venerar a sublime personalidade de Jesus Nazareno, ao qual passamos a distinguir, tal como faziam nossos instrutores, como o chefe supremo da Iniciação, pois, com efeito, em todos os compêndios que consultávamos, buscando elucidação na Ciência, deparávamos lições, claros ensinamentos, atos e exemplos daquele Grande Mestre, como padrão máximo de sabedoria e verdade, modelos irresistíveis, bússolas que nos convidavam a seguir para atingirmos a finalidade sem os desvios oriundos do engodo e das falsas interpretações.
 

sábado, 24 de novembro de 2012

O exemplo


Dia desses, enquanto preparava alguma postagem para Facebook, fomos até cozinha tomar água quando nos ocorreu esse pensamento, que certamente não foi nosso.  Achamos curiosa a forma como essa ideia chegou até nossa mente, como uma resposta rápida a uma dúvida.
“O exemplo não tem somente dimensão visual e sonora, pelos gestos e palavras; ele também é captado e reproduzido por mecanismos mentais invisíveis e ocultos aos olhos humanos. Por isso não é possível esconder o que somos diante das pessoas que nos observam com interesses íntimos, principalmente as crianças”.

sábado, 27 de outubro de 2012

Sempre em nome de Deus


 

Temos recebido muitos e-mails sobre a propagação da intolerância contra os espíritas na internet, atividade que antes era restrita nos núcleos religiosos mais conservadores e que agora, com a enorme facilidade de comunicação, se espalha pela rede digital sem nenhum critério e controle. É o preço que todos pagamos pela liberdade de expressão.
 
Os ataques ao espiritismo sempre partiram de pessoas e grupos que se sentem desconfortáveis em suas crenças frágeis e dogmáticas,muitas delas fruto de pertubações íntimas inconfessáveis. Os detratores possuem afinidade e ligações mentais com forças reacionárias que trabalham incansavelmente, em várias frentes, para inibir a renovação e trasnformação da sociedade (ainda controlada pela aristocracia do dinheiro e da força) para um mundo compartilhado por todos que usam a inteligência e o poder de influência pelo bem estar coletivo. Não é somente os espiritismo que sofre esses ataques, mas todos os movimentos humanitários que lutam contra todas as formas de opressão e violência.
 
O espiritismo tem o poder de esclarecer e libertar mentes e isso é uma ameaça ao status daqueles que se acostumaram a viver criminosamente da exploração e escravização e consciências. Com o estabelecimento irreversível das liberdades e da transparência social, essas forças abusivas, infiltradas em todas as áreas de interesse,  não medem esforços nem métodos para reaver seus antigos privilégios. Encontram facilmente entre os encarnados e desencarnados, médiuns dispostos a veicular suas mensagens de desequilíbrio e confusão. Um exemplo muito claro dessas ações são as traduções tendenciosas de textos bíblicos, exaltando o fundamentalismo e a intolerância. Neles vemos a inserção criminosa da palavra espiritismo e seus derivados, sempre associada às práticas e ritos religiosos primitivos condenados historicamente nessas narrativas. Palavras que foram criadas há apenas pouco mais de um século não deveriam constar em textos que são sagrados pela antiguidade dos milênios. Falsificar a Bíblia deveria ser, principalmente para os seus seguidores, o pior de todos os crimes contra Deus e contra a verdade.

O que fazer?
 
O que devemos primeiramente é estar atentos e preparados para responder com a coerência e o bom senso, isto é, não nos igualar aos detratores nos seus métodos e ações. A intolerância por si só é incoerente e com o tempo trona-se repetitiva e solitária; convence e engana por algum tempo, causa danos, mas não consegue ser permanente.
 
As entidades federativas e grupos caracterizam a nossa expressão coletiva podem solicitar, diplomaticamente, que as instituições responsáveis por essas publicações reavaliem suas políticas editoriais e retirem dessas traduções todas as palavras e expressões que motivam o preconceito e a intolerância contra o espiritismo. Se necessário, e sempre de forma equilibrada, caso haja intransigência pela outra parte envolvida, é possível apelar para os direitos constitucionais dos espíritas, pelos meios jurídicos legítimos e conhecidos. Certamente isso não vai eliminar a causa do problema, que é de ordem moral, mas vai ajudar muito na educação de ofendidos e ofensores. 
 

sábado, 13 de outubro de 2012

Caravanas de evangelização e favelas


 

 Certa vez participamos de uma caravana de evangelização numa favela paulistana, próximo da estação metrô Itaquera. O guia que nos conduzia pelas vielas entre os barracos revelava uma nítida preocupação e pressa em fazer o trabalho com a turma e logo chegamos ao ponto combinado. Fomos recebidos por mulher de uns trinta anos, branca, bem magra, muito simpática e prestativa. Fez questão que todos entrassem , mesmo com a evidente falta de espaço para nos acolher confortavelmente. Ficamos todos em pé enquanto o guia cumpria as rotinas da excursão, recomendada pelo dirigente. Nunca havia entrado num barraco de favela, embora não me fosse estranho o ambiente de pobreza dos ranchos de barro e bambu onde moravam os ribeirinhos da região onde nasci, nas margens do rio Paraná ou então dos caboclos moradores dos varjões sul-matogrossenses. O barraco urbano impressionou-me pela limpeza e capricho, o perfume simples e a organização detalhada de tudo que fazia parte da decoração: as camas, o sofá, as prateleiras, os enfeites, o filtro de água, os quadros nas paredes, os tapetes sobre o piso (revestido de uma lona plástica branca grossa e brilhante). Oramos e agradecemos pela oportunidade. O guia, sempre preocupado, parecia não estar à vontade e sempre repetia para a dona da casa que as coisas iriam melhorar e que ela tivesse fé. Ela olhava sorridente para ele e apenas agradecia com gestos de concordância a gentileza da preocupação. No entanto, para nós era nítido que a anfitriã estava perfeitamente integrada à sua vida e não demonstrava nenhum tipo de contrariedade ou frustração. Estava preocupada, sim , em fazer com que nós ficássemos às vontade e realizássemos a nossa tarefa sem nenhum tipo de constrangimento. Ao contrário dela, nós e principalmente o nosso guia estávamos incomodamos com uma realidade que não era a nossa e que não aceitávamos como algo digno, como se todos ali vivêssemos em plena felicidade em nosso lares legalizados e confortáveis. Só então entendemos a finalidade dessa visita: não era mudar a realidade social e sim a nossa realidade interna. Pena que o guia, depois de tantos anos realizando aquela tarefa, ainda não havia compreendido o motivo da nossa e da presença dele naquele ambiente de carência material, porém de alta potencialidade espiritual.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Aristocracia intelecto-moral ou Superclasse?


Pirâmide da Superclasse, segundo David Hotkopk. Aristocracia do Intelecto? Intelecto Moral?

No século XIX Allan Kardec antecipou um fenômeno social que está ocorrendo hoje e que é objeto de estudos de vários pensadores e analistas de geopolítica. Entre eles está David Hotkopf, ex-assessor de Bill Clinton. Sua abordagem se concentra na mudança das esferas de poder, registrada em dois livros: Superclass, Global Power, já traduzido e publicado no Brasil; e Power Inc. (sem tradução). No primeiro ele identifica uma nova elite ou aristocracia carismática, cujo poder de influenciar pessoas vem superando a aristocracia da força bruta e do dinheiro, que reinou até o fim da Guerra Fria. Pessoas como o cantor Bono Vox, a atriz Jane Fonda e o escritor Paulo Coelho estão numa lista de 6 mil pessoas mais influentes do mundo, juntamente com o magnata do petróleo Carlos Slin, os donos do Google e estadistas como Lula e Barack Obama. Na lista há também traficantes de armas e terroristas, mostrando a neutralidade realista do estudo. Para ele, a ONU perdeu um pouco seu brilho e o centro da cidadania nacional de Nova York vem se deslocando para Davos, no Fórum Econômico Mundial. Davos é ponto de encontro de cidadãos globais. Já no livro Power Inc. Hotkopf traça um histórico das relações íntimas das mega corporações empresariais com os Estados, demonstrando que essa realidade tende a mudar muito nas próximas década com o advento da Era da Transparência Digital ou Era do Weakleaks. Nada mais é segredo, nada mais é privativo. Portanto, façamos sempre a coisa certa.  Julgamentos do STF (do tipo Mensalão) eram escondidos da opinião pública, como segredos de Estado. Hoje estã na mídia. Na Era das Redes Sociais as coisas estão mudando e as empresas também deverão se afinar no mesmo diapasão.

Mais uma vez, tiramos o chapéu (ou o boné) para Kardec,  lembrando que o nosso mestre espírita visualizou há mais de 140 anos o advento de uma nova sociedade e humanidade. Antes que isso aconteça, é claro, na Superclasse e na onda da Sustentabilidade , vão estar incluidos aqueles que ainda não assimilaram a nova moral planetária, como os criminosos digitais, os terroristas, enfim , a escória inteligente e influente (os psicopatas de terno e gravata) que ainda vão demorar algum tempo para se mudar de planeta. Isso faz parte do processo de regeneração.

 

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Crianças médiuns

Vimos, na última quinta-feira - eu, minha filha e minha mãe - esse estranho e muito engraçado desenho sobre os problemas de uma criança com dons mediúnicos. Minha filha, de dez anos está na fase do medo; minha mãe só observa, recordando suas experiências de menina e adolescente e eu continuo na complicada fase da auto-suficiência, achando que posso tirar tudo de letra, até que aconteça algum baque. O cinema estava cheio de médiuns e sinceramente nem me dei conta que poderia estar cheio também de desencarnados. Apenas nos divertimos e demos muitas gargalhadas. O desenho é da cultura espiritualista dos Estados Unidos e lembra a história das irmãs Fox e do episódio das bruxas de Salém, suas predecessoras ( ou elas mesmas e seus perseguidores reencarnados). Para o público comum, bobagem e superstição. Para os que têm olhos de ver, ótima diversão , seguida de interessantes reflexões.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Explosões solares


Recebemos de um amigo que mora nos EUA um e-mail sobre um fenômeno solar que iria causar um grande impacto em nosso planeta, em forma de uma forte onda magnética, provocando escuridão e alteração radical do clima. A explosão ocorreria no mês de dezembro de 2012 e os efeitos da mesma seriam sentidos a partir de fevereiro de 2013 até 2021. Ainda que dizendo-se baseada em informações da NASA, trata-se de uma mensagem mística e assustadora, afirmando que vamos, a partir desse evento cósmico, entrar na chamada Era do Fóton, marcada inicialmente por graves desequilíbrios naturais e psíquicos. Respondemos ao amigo agradecendo pelo envio da mensagem lembrando-o que ainda confiamos nas reflexões de Kardec, de que as transformações regenedoras previstas para a nossa humanidade seriam graduais e não bruscas.

Agora, diante das informações que lemos no link abaixo, sobre explosões solares, quem sabe poderemos esclarecer o que realmente está acontecendo: se estamos sendo vítimas de manipulações de informações, tanto de interesse de Estado quanto de interesses religiosos alarmistas.

http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/2012-09-06/imagens-da-nasa-captam-forte-explosao-solar.html

Ps. Previsões e profecias com datas marcadas historicamente sempre foram indicadores de falhas e contradições.


sábado, 18 de agosto de 2012

Observador no Face



O Observador Espírita agora também está no Facebook, uma rede social com mais de 1 bilhão de usuários. Estamos convidando os colegas blogueiros e seguidores amigos para viajar nessa grande nuvem de oportunidades de divulgação do Espiritismo. Para começar, vamos publicar as postagens atualizadas e uma retrospectiva das mais antigas.

Sejam bem-vindos!

Curtam, comentem e compartilhem!


quarta-feira, 15 de agosto de 2012


A comunidade espírita, especialmente a da Baixada Santista, já está vibrando com o breve lançamento no cinema de E a Vida Continua, a derradeira narrativa da série André Luiz sobre as atividades nas colônias espirituais brasileiras da Crosta Terrestre. Esta se passa na colônia Alvorada Nova, localizada nas dimensões paralelas de Santos, São Vicente, Cubatão, Praia Grande, Guarujá, Mongaguá e Itanhaém. No livro os protagonistas que voltam à Terra desembarcam de um aérobus nas imediações Rodovia Anchieta, na Serra do Mar, próximo a São Bernardo do Campo. Até hoje a região registra constantes relatos de "disco voadores" que aparecem em toda essa faixa serrana e litorânea. Nós mesmos, quando tivemos a oportunidade de trabalhar numa tranquila escola no bairro Solemar, nas margens da rodovia Padre Manoel da Nóbrega, recebíamos a visita de entidades recém desencarnadas em busca de socorro e informações. Íamos até o jardim da escola, de onde se vê a serra bem próxima, e, após uma discreta prece, indicavamos o "lugar" para onde eles deveriam elevar o pensamento e deslocarem-se para receber um auxílio mais adequado. Nesse local, em determinadas épocas do ano, aparecem arcos-íris de beleza indescritível. Foi nesse período que escrevemos o livro Nova História do Espiritismo.

"E a Vida Continua" é um relato mais simples em relação aos outros livros de André Luiz, pois não possui tanto detalhes escondidos nas entrelinhas e que normalmente obrigam às constantes releituras para verificar as informações que não são percebidas inicialmente. Tem a avantagem de ser um relato mais atualizado e mais aproximado da realidade atual, pois surgiu já no final década de 1960. Portanto, já fazem quase 50 anos. Muita coisa deve ter mudado nessas colônias e arredores, demográfica e urbanisticamente falando. A descrição das faixas do umbral, por exemplo, anteciparam a proliferação das favelas e dos choques sociais nas grandes cidades brasileiras. Vamos ver como ficou o filme. Dia 14 de setembro.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

E Deus, será que existe?


A dúvida não é somente dos encarnados. Muitos que já passaram para outras dimensões ainda se debatem nessas velhas questões que nos dividem entre o instinto e a intuição, o corpo e a mente, o relógio e a bússola; entre o determinismo e o livre arbítrio; entre o Ser e o existir.

Uma das causas mais comuns do ateísmo e consequentemente do materialismo é a insistente difusão da idéia de que Deus é existência e não Consciência.

A existência é própria de tudo que é mortal e efêmero e não serve como referência para algo que transcende os limites e as manifestações fenomênicas da matéria.

As religiões e filosofias antigas criaram mecanismos intelectuais e dogmas para explicar essas diferenças entre Ser e existir, aplicados ao Ser Supremo e Criador, demonstrando-o com algo abstrato e incompreensível aos sentidos físicos e à razão limitada da experiência humana.

Realmente Deus não existe, pois isso seria restringi-lo aos ciclos de tempo cronológico e no espaço tridimensional. Para que Deus existisse seria necessário conceber a sua origem, bem como seu destino, processo incerto, contraditório e inadequado de análise das coisas que não se enquadram nos paradigmas de causas e efeitos. Deus não existe porque não foi criado; é o Incriado que não teve começo e por isso não tem fim. O Éter sempre foi, sendo inadmissível que a eternidade fosse um ciclo temporal.

Essa tem sido, em síntese, a visão teológica que sustenta a impessoalidade abstrata da Criação, que não é alguém e sim algo que não se pode definir e explicar senão por analogias e figuras de metalinguagem.

A praticidade do budismo e de algumas outras filosofias orientais deixou de lado essas questões e discussões intermináveis para liberar seus adeptos para coisas mais importantes e prioritárias como o auto-conhecimento e a libertação dos rigores da matéria (desejo e ilusão).

O cristianismo, porém, como filosofia nova da passagem da Antiguidade para a Modernidade, insistiu na idéia de criar analogias que pudessem evitar a angústia de não poder explicar o que não tem explicação, alimentando a figura simbólica e humanizada da Paternidade Divina e o dogma da “imagem e semelhança” entre o Criador e suas criaturas.

O Espiritismo, na sua primeira expressão de investigação científica da verdade, típica do século 19 e da pós-modernidade, questiona seus filósofos do Além perguntando “O que é Deus” e não “Quem é Deus”, recebendo do Espírito Verdade e seus colaboradores invisíveis a resposta que não é precisamente resposta, mas que seria a única possível e não contraditória, denominando Deus como uma inteligência que está além da atual capacidade de compreensão humana.

Deus é, portanto, mais uma questão de capacidade de compreensão introspectiva do que propriamente de definição e habilidade intelectiva.

Vai demorar muito para que nós, mentes ainda frágeis e infantis, tenhamos essa maturidade que despreza a concepção humana, paterna e protetora de Deus, para cultivar a concepção avançada de um Zenon, Spinozza ou de um Einstein, que conceberam Deus como uma Grande Mente ou um Logos Spermátikos.

Temos outra opção, enquanto aguardamos uma explicação melhor sobre todas essas coisas: negar, não admitir, não crer, não cogitar, não permitir que essas idéias e reflexões façam parte da nossa experiência cognitiva e ideológica. É também uma forma de compreender o que ainda não é compreensível.

Só que temos um problema: em mentes pacíficas e tranquilas, o ateísmo significa apenas uma aparente indiferença ao universo místico e misterioso da Criação; já para as mentes belicosas e rebeldes ainda predomina o antigo e perigoso conceito materialista: “Se Deus não existe, então tudo é permitido”.



sexta-feira, 6 de julho de 2012

Espíritas no umbral e as Escolas de Vingança


Edgard Armond dizia, há mais de 60 anos, que o umbral estava cheio de espíritas e essa informação causou na época um tremendo mal estar em muitos adeptos que achavam que só o fato de se declararem espíritas era suficiente para que tivessem uma morte tranquila e fácil acesso às colônias luminosas do plano espiritual. No umbral, segundo André Luiz, existiam eficientes Escolas de Vingança (base dos processos obsessivos) e no movimento espírita havia aquela morosidade doutrinária. Armond estava querendo dizer que a moral espírita não estava fazendo efeito prático nos espíritas e que era necessário criar um método educativo mais eficiente de transformação moral e não somente as leituras e as práticas mediúnicas tradicionais oferecidas nas casas. Ele idealizava também um centro espírita em cada esquina, antecipando a crise moral que sociedade vive atualmente. Foi por isso que ele criou a Escola de Aprendizes do Evangelho (Escolas de Amor e Perdão), uma iniciativa eficiente para acolher esse público flutuante, ensinar a maioria, educar a média e selecionar os mais aptos para tarefas especializadas. Era uma forma de ajudar também os espíritas a controlar melhor suas más inclinações e evitar envolvimentos perigosos, numa sociedade sempre cheias de tentações. Naquela época, nos anos 1950, a FEESP já atendia massas e a gravidade do desvio de público era muito preocupante. Muitos ainda acham que isso foi um exagero de Armond, mas a realidade é que o sistema cumpria rigorosamente objetivos superiores de ensino, educação e capacitação de trabalhadores. Muitos espíritas ainda sucumbem às tentações do mundo porque não possuem conhecimento suficiente, principalmente auto-conhecimento, ferramentas seguras para enfrentar a corrupção e as ciladas do mundo, sobretudo os médiuns.

Muitos pessoas tem ido aos centros espíritas para tomar passes e ouvir palestras. Estão sem rumo e certamente querem consolo e explicações para não sucumbirem em suas tarefas cotidianas. A maioria dos centros não possui programas de ação para receber e esclarecer esse público. Oferecem apenas passes, palestras, água fluidificada e as campanhas de serviço social. É uma atividade benéfica, porém insignificante tendo em vista o grandioso potencial de esclarecimento das casas. Esgotados esses serviços corriqueiros de consolo, a maioria dos freqüentadores se dispersam e pouquíssimos se integram ao trabalho. Boa parte dos dirigentes são inseguros, centralizadores, acomodados aos esquemas tradicionais, preocupados com a estabilidade das casas. Muitos deles temem o ingresso de novas lideranças e, quando isso acontece, não raro, logo dão um jeito de expurgar os que se mostram mais habilidosos na organização e na dinâmica dos serviços. É um lamentável desperdício de tempo e de possibilidades de expandir as casas espíritas através de células novas e bem estruturadas, para dar continuidade à necessária multiplicação. O principal obstáculo desse processo de desenvolvimento, como sempre, é o assistencialismo, que se impõe como prioridade (pois é mais cômodo e não tem implicações morais tão graves), desviando as casas espíritas da sua vocação natural educativa e doutrinária. De um centro bem estruturado doutrinariamente pode sair muitos outros centros semelhantes; todavia, de um centro assistencialista e desviado, quase nada se desprende e se expande.

A maioria dos freqüentadores dos centros não são “espíritas” na verdadeira concepção da palavra, mas apenas consumidores de livros e serviços das casas espíritas. André Luiz fez esse alerta em Os Mensageiros e em muitas outras obras, mas as pessoas continuam achando que tudo é exagero e brincadeira. Desde àquela época pouca coisa mudou. As escolas sistematizadas de esclarecimento e capacitação ainda ocupam pouco espaço. A maioria, com raríssimas exceções, propõe uma complicada sistematização das obras de Kardec, cujas aulas são verdadeiros convites ao abandono. Não existe a ligação necessária entre teoria e prática doutrinária. Algumas levam anos na rotina teórica cultivando um pretencioso domínio intelectual de conteúdos, quando já poderiam impulsionar os alunos para as práticas supervisionadas, sempre incrementadas por reciclagens e atualizações. Aprender a Conhecer, aprender a Fazer, aprender a Conviver e finalmente aprender a Ser, preconiza a ONU na sua bússola curricular e progrmas educativos da Unesco para o século XXI. Tudo a ver com o Espiritismo e com o nosso movimento, não?

Será que o umbral continua cheio de espíritas?

Deve ser terrível para qualquer um de nós, sob as constantes gargalhadas dos adversários nos provocando: “Uai, o espiritismo não os alertou que era preciso ir muito além dos livros e mensagens?

E nós, humilhados, de cabeça baixa e em prantos convulsivos, nos perguntando onde foi que erramos.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Arigó, por J. Herculano Pires

O site PENSE-Pensamento Social Espírita está disponibilizando em seu acervo digital algumas “novas” raridades, entre elas essa edição de “Arigó”, de J. Herculano Pires, publicada pela Editora Paulo de Azevedo e com carimbo da Livraria Francisco Alves. É o décimo volume da coleção Contrastes e Confrontos. Como sempre, Herculano dá um show de erudição e precisão doutrinária ao descrever as peripécias do grande médium de Congonhas do Campo. São 100 páginas e 16 capítulos de luzes e curiosidades.

http://www.viasantos.com/pense/livros.html

sexta-feira, 8 de junho de 2012

O pequeno grande Chico

Um pequeno trailer de um desenho animado em série sobre Chico Xavier está circulando pela internet. O vídeo intitulado Little Great Chico (literalmente O pequeno grande Chico) foi postado anonimamente no Youtube e noticiado por vários blogs de conteúdo espírita. O trabalho só possui versão em inglês e exibe apenas essa legenda explicativa:

“Preview of the upcoming animated series Little Great Chico, about the tales told by Chico Xavier about his childhood”.

Little Great Chico Trailer

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Casos desta vida e da outra, mas nada de assustar.


Jáder dos Reis Sampaio, criador e redator do blog Espiritismo Comentado (um dos mais lidos e seguidos no movimento espírita digital), está publicando pelo Instituto Lachâtre seu mais novo trabalho: “Casos e descasos – na casa espírita”.

O livro marca uma nova fase na carreira do escritor, mais conhecido pelos seus ensaios lúcidos e curiosos sobre a memória do Espiritismo. Esta novidade é uma parceria mediúnica com um espírito amigo e produto de um longo esforço de treinamento e sintonia psicográfica.

O lançamento será neste sábado, 2 de junho, em Belo Horizonte, no próprio cenário onde se desenrolaram os escritos do nosso caro pesquisador e ativista, no auditório da Associação Espírita Célia Xavier, rua Coronel Pedro Jorge 314, Prado. Esquina com rua Chopin, das 18:15 às 19:30 horas.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Remorso e arrependimento

Decapitação de São Paulo, por Enrique Simonet, 1887


O ex-delegado do DOPS, Claudio Antonio Guerra, do Espírito Santo, fez recentemente revelações bombásticas sobre crimes cometidos por ele, inclusive durante o período da ditadura militar, especificamente na décadas de 1970 e 1980, quando atuava junto às força de repressão. Guerra confessa assassinatos e dá informações sobre militantes de esquerda desaparecidos naquele período, cujos corpos, segundo ele, foram incinerados numa usina de açúcar na região norte do estado do Rio de Janeiro.

As revelações de Guerra foram feitas num livro, em vídeos pela internet e publicadas no portal do IG esta semana. Além dos crimes, o ex-delegado faz revelações sobre personalidades marcantes da repressão, cujas histórias permaneceram obscuras por longos anos. Guerra está sob proteção da Polícia Federal e deverá depor na Comissão Verdade, sobre a lei de anistia e os crimes políticos da ditadura.

Mas o que nos chamou atenção nesse caso é a concepção teológica que o ex-delegado vem realçando em suas declarações.

Preso durante sete anos, Guerra se converteu ao protestantismo e, numa crise natural de consciência, decidiu se livrar do remorso e ingressar na sofrível experiência do arrependimento. Sem dúvida, é um ato até natural, já que aos 71 anos, o novo crente já vislumbra a morte do corpo e certamente o temido encontro consigo mesmo e com algumas vítimas das suas atrocidades, seja em perseguições mentais , seja em confrontos reais com aqueles Espíritos mais vingativos que não conseguem perdoar seus algozes. Este é um caso curioso e didático para aprendermos como funciona esse processo de regeneração psicológica e moral. Não é de se estranhar e é até compreensível que as igrejas também o transformem em modelo e propaganda de conversão.

A culpa e o remorso funcionam inicialmente como vetores das mudanças internas, caracterizadas pelo entusiasmo e euforia. Trata-se do primeiro passo para o arrependimento. Depois vem a fase da tomada de consciência, na qual o devedor sofre o choque de retorno das suas ações. Isso só ocorre de forma positiva e transformadora se realmente houver arrependimento, caso contrário fica apenas como punição ou expiação dos erros, fato que iria ocorrer mais cedo ou mais tarde por força da lei de ação e reação, independentemente da sua vontade ou da sua crença.

Os crimes contra a vida, como nos ensina O Livro dos Espíritos, são os mais graves porque alteram bruscamente os programas reencarnatórios das vítimas e suas complexas ligações familiares e sociais. Nesses casos as reparações são adiadas e não podem ser feitas somente numa existência. O errante deve voltar quantas vezes for necessário para reparar as vítimas diretas ou indiretas dos crimes cometidos.

Na concepção teológica católica e protestante, basta o arrependimento para obter o perdão de Deus. Certamente, se obtém o perdão de Deus, mas isso não significa o esquecimento dos crimes nem das vítimas. Essa idéia individualista da justiça Divina difundida nas igrejas até consola e dá forte esperança aos criminosos, mas não os livra dos choques de retorno. Esses se manifestam por força natural e podem até mesmo serem protelados, caso a Justiça Divina julgue que o criminoso ainda não possui maturidade moral para suportá-los durante a fase de arrependimento. Isso é sintomático. Quando o arrependimento se aprofunda e a consciência desperta, os choques de retorno vêm com mais força, já que o errante já possui condições morais para suportar as cobranças. Isso está claramente advertido nas Bem-Aventuranças do Sermão da Montanha. Não há sofrimento para os inocentes e sim para aqueles que verdadeiramente se arrependeram e se encontram em condições de reparar, seja como for, os seus erros do passado. Não há outra forma de realizarmos o “Sede perfeitos” senão conquistando passo a passo a perfeição relativa e possível aos seres humanos.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Aliança comemora os 50 anos do CVV



O número 440 do jornal O Trevo, órgão da Aliança Espírita Evangélica e da Fraternidade dos Discípulos de Jesus, dedicou a edição do mês março aos 50 anos do CVV.O motivo da comemoração é que as duas instituições possuem uma origem institucional comum: a Escola de Aprendizes da Federação Espírita do Estado de São Paulo.


Acesse e leia pelo link a edição em pdf.

http://www.alianca.org.br/v2/banco_downloads/trevo_marco_2012.pdf



quinta-feira, 29 de março de 2012

Os médiuns, seus fenômenos e suas provas


Luciano dos Anjos nos mandou a versão revisada do seu texto sobre o caso das materializações de Uberaba. Na época as sessões foram denunciadas como fraude pela revista O Cruzeiro, a mesma que tentou “desmascarar” Chico Xavier e acabou sendo realmente desmascarada por Emmanuel, como foi fielmente retratado no filme de Daniel Filho. Herculano Pires levava tão a sério esse negócio de ética profissional que ao tocar nesse assunto não citava os nomes dos jornalistas envolvidos.

Nesse caso, a revista O Cruzeiro queria destruir a reputação do Espiritismo e encontrou na pessoa da médium Otília Diogo (foto) a oportunidade ideal para fazer o estrago pretendido. Luciano conta a história em detalhes e mostra o valor institucional das entidades federativas na defesa da doutrina e dos seus seguidores.

Mas o que mais nos chamou a atenção nesse caso foi a condição humana de Otília Diogo, filha da união proibida de um padre e uma freira, portadora de mediunidade de efeitos físicos, compromissos pesadíssimos com a difusão das verdades espirituais, pela sua base fenomênica, e com parcos recursos materiais e morais para suportar as graves provas da sua tarefa.

Na história do Espiritismo esses médiuns quase sempre não assimilam a moral doutrinária e muitos, como as Irmãs Fox, D.D. Home e Hary Slade, nem cogitavam das origens e repercussões das suas faculdades. Uma das meninas de Hydesville tornou-se alcóolatra, Home não compreendia a reencarnação e Slad terminou seus dias internado num manicômio. Eles vêm e vão como os furacões, provocando os sinais de graves mudanças , porém se tornam vítimas da própria força por eles desencadeadas, falhando exatamente naquilo que todos nós falhamos: nossos pontos fracos (vícios e defeitos) e a cobrança implacável dos inimigos de outros tempos.

Algumas dessas histórias revelam facetas impressionantes das misérias humanas de perseguições, mentiras, calúnias horrorosas, vaidades, vinganças; e também a oportunidade de redenção pela auto-humilhação, a oferta da outra face, a preciosa chance de ajudar os semelhantes e principalmente a vivência dolorosa das bem-aventuranças, por meio da mediunidade.

Oremos por eles, porque os perseguidores e perseguidos passarão pelas mesmas provas e um dia sentarão à mesa para dividir e saborear o pão do Evangelho.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Francisca Júlia Silva por Chico Xavier

Francisca Júlia da Silva (1871-1920), inspiradora do Centro de Valorização da Vida


"No término das nossas atividades, na reunião da noite de 13 de outubro de 1955, foi nosso amigo André Luiz quem compareceu, através do médium, induzindo-nos a serenidade e coragem. Após uma mensagem, apresentou-nos a irmã Francisca Júlia da Silva, que, havendo atravessado aflitivas provações, à morte do corpo físico, atualmente se propõe trabalhar no combate ao suicídio.

Rogamos, assim, alguns minutos de silêncio, a fim de que ela possa transmitir sua mensagem.

Logo após André Luiz retirar-se, a poetisa anunciada tomou as possibilidades mediúnicas, com maneiras características, e renunciou o belo soneto que ela própria intitulou com o expressivo apelo".


Lutai

Por mais vos fira o sonho, a rajada violenta

Do temporal de fel que enlouquece e vergasta,

Suportai, com denodo, a fúria iconoclasta

E o granizo cruel da lúrida tormenta.


Carreia a dor consigo a beleza opulenta

Da verdade suprema, eternamente casta;

Recebei-lhe o aguilhão que nos lacera e arrasta,

Ouvindo a voz da fé que vos guarda e apascenta.


De alma erguida ao Senhor varai a sombra fria!...

Por mais horrenda noite, há sempre um novo dia,

Ao calor da esperança – a luz que nos enleva...


A aflição sem revolta é paz que nos redime,

Não olvideis na cruz redentora e sublime

Que a fuga para a morte é um salto para a treva.


In "Vozes do Grande Além"

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A Torre do Tempo



O casal percorre um dos longos corredores da Torre do Tempo, edificação muito conhecida na grande metrópole espiritual Esperança. A torre de muitos andares não é a única naquela vasta paisagem que parece ser a extensão de uma grande região serrana entre São Paulo e Minas Gerais, sendo até de menor expressão arquitetônica entre aquelas que abrigam as atividades diretoras e funcionais da cidade. Entretanto, mesmo estando deslocada da região urbana central, pois foi erigida na parte mais alta do vale, ela é uma das principais referências visuais da metrópole, exatamente porque, semelhante aos grandes templos da Antiguidade, tem um significado emblemático para os seus habitantes.
A Torre tem o formato de uma pirâmide, revestida externamente de material eletromagnético que lembram as modernas telas de cristal líquido de televisão e dos computadores. A edificação pode ser observada de qualquer ponto da cidade e se move em sentido circular sobre uma base vítrea, rodeada pelas águas de um enorme lago que não nos pareceu artificial. Por mecanismos que ainda desconhecemos na Terra, a torre gira em torno de si mesma e, semelhante a um gigantesco e vivo diamante, muda de coloração ao receber milhares de sinais vibratórios vindos de todos os pontos urbanos. O movimento luminoso espetacular dessa enorme antena de recepção e emissão somente poderia ser comparado, de longe, ao fenômeno da aurora boreal encontrado nas regiões frias do Polo Norte.
Como nas grandes metrópoles, Esperança nunca dorme, porém, no período noturno, parte significativa dos habitantes descansa de inúmeras formas, incluindo o sono. Nesses momentos de repouso a Torre recebe a maior carga de emissões energéticas mentais ampliando um espetáculo visual maravilhoso que gostaríamos de descrever nos mínimos detalhes, mas que a linguagem escrita e as limitações das nossas analogias não podem dar conta, tamanho o espanto que causa nos visitantes.
O corredor no qual o casal caminha em busca de esclarecimentos é muito extenso percorrendo três lados da torre, sendo repletos de salas e auditórios, e leva ao Centro de Estudos Existenciais, ponto central e nervoso do edifício e que se intercomunica com outros departamentos de pesquisa e atividades reencarnatórias. Como nas demais descrições sobre cidades do Além, a Torre do Tempo em Esperança possui três grandes centros, compostos de inúmeros núcleos de experiências teóricas e treinamntos existenciais. Tais núcleos são agrupados por afinidade de conhecimento e interesse em cada um dos grandes centros denominados e dispostos aquitetonicamente de acordo com as suas respectivas vocações:
O Instituto do Passado e do Inconsciente, cujo símbolo é a memória e o eixo de estudos são as reminiscencências; o Instituto do Presente, tendo como símbolo a consciência e como eixos temáticos a regeneração e os campos de provas; e o Instituto do Futuro, tendo como símbolo a superconsciência e eixo temático os planos de vida e evolução.
Como junção dos três institutos de pesquisa, a torre pirâmidal tem no seu âmago, que vai da base até o topo, uma grande mandala geométrica, que também muda sua posição bipolar, de baixo para cima e de cima para baixo, conforme a intensidade de vibrações captadas no plano externo, representando ora o Universo, ora a Mente; ora a Existência, ora a Consciência. Quem ali permanece para observar, estupefato, dependendo da capacidade e interesse de percepção, é tocado intimamente pela dinâmica visual e psíquica (pois não são apenas os sentidos comuns que ali se manifestam), e vê num instante um grande relógio funcionando no sentido horário e objetivo; e num outro instante uma enorme bússola indicando subjetivamente o norte que todos anseiam. Em alguns momentos a o relógio a bússola se interpenetram, demonstrando as curiosas nuances da interconexão entre corpo e mente
Chegando a um dos núcleos do Instituto do Futuro, o casal é conduzido por assistentes de informação para um vasto salão onde centenas de espíritos aguardam instruções. Com exceção dos servidores que ali laboram, as vestimentas dos frequentadores são muito semelhantes as que usamos em nosso plano, guardando as devidas diferenças de gosto e época nas quais os usuários viveram quando encarnados. Os trajes e acessórios típicos das primeiras décadas do século 21, bem como os mais recentes, tinham aparência nova e caimento harmonioso, refletindo o estado intimo dos portadores.
Os participantes conversavam em pequenos grupos e poucos permaneciam isolados, já que o ambiente era convidativo para o contato humano e afetivo. Mesmo aqueles que se mostravam introspectivos tinham a companhia de alguém, também em postura discreta e disponível para ouvir qualquer manifestação, verbal ou não. O casal logo é acolhido por um dos grupos, cujas conversas revelam uma preocupação comum: a dificuldade cada vez mais crescente de reencarnar em ambientes idealizados, restando somente as opções que a maioria receia, por não ter condições morais para enfrentar os desafios. Chama a nossa atenção nesse grupo o tema discutido abertamente entre os participantes: egoísmo e o comportamento defensivo. Alguns não se constrangem em revelar que falharam gravemente nesse aspecto e que agora lamentam a falta de oportunidades para renascer em corpos e núcleos familiares e amigos. Alguns relatos são tocantes e causam comoção em alguns integrantes daquela conversa franca e informal. Nenhum deles se atreve a comentar as experiências dos outros fazendo qualquer tipo de juízo a respeito do que ouvem no círculo.
Eles estão sentados em poltronas confortáveis e no centro do grupo surgem espontaneamente, em pequenos intervalos, imagens holográficas, as quais projetam situações reais de pessoas encarnadas. Nessas imagens tridimensionais os encarnados expressam de maneira enfática pontos de vista e justificativas para o modo de vida que adotaram a partir de determinados momentos das suas existências. As cenas causam entre os expectadores do grupo reações que vão da decepção até as mais profundas reminiscências de culpa e remorso. Numa delas, um jovem casal participa de um programa de televisão sobre o curioso mercado de pet shops e sua variedade de serviços: banhos, produtos de higiene, embelezamento e até festas de aniversário dos bichinhos, com farta mesa de comes e bebes para os convidados. A cena faz calar o grupo quando a entrevistada diz que ela e o marido fizeram a opção de “não ter filhos”, escolha, segundo ela, pensada e madurecida a dois. Terminada a entrevista, o holograma virtual se desfaz e o grupo volta para as suas reflexões pessoais.
Nesse momento o casal recém chegado pede licença para se retirar e se dirige a um dos assistentes de informação, que observam atentamente as discussões dos grupos. Incomodado, o casal que se retira quer saber onde buscar novas orientações, palestras ou aconselhamento terapêutico mais específico. Depois de uma longa conversação com um dos assistentes, este sugeriu que buscassem um núcleo do Instituto do Presente a permissão para freqüentar uma escola de adaptação de crianças recém desencarnadas. O casal já entendera matematicamente o desequilíbrio entre a demanda e oferta de corpos e ambientes afins para reencarnação. Quando encarnados, não cultivaram os laços familiares, afastando-se até mesmo daqueles que haviam lhes permitido a experiência na carne. Arrependidos, não conseguiam se aproximar dos entes encarnados. As portas da afinidade estavam fechadas. Todavia, poderiam abrir novos caminhos. Poderiam frequentar por algum tempo esse núcleo infantil, onde compreenderiam melhor a vivência da paternidade e da maternidade. Eles observariam, em estudo sistemático de aprendizagem , o encontro de pais encarnados e filhos desencarnados, durante o período de sono físico. Presenciariam de perto a dor da separação e a angústia da saudade. A volta à carne de que tanto precisavam só seria possível em ambientes "estranhos" e socialmente precários. Seria também o início de uma conquista gradual do altruísmo.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

MPF vê ameaça a patrimônio de Chico Xavier


Aspecto interno da casa de Chico Xavier. Foto de Caio Marcelo


09 de fevereiro de 2012 | BELO HORIZONTE - O Estado de S.Paulo

O patrimônio deixado por Chico Xavier está se deteriorando com a romaria que vai à casa do médium em Uberaba, no Triângulo Mineiro, quase dez anos após sua morte. Foi o que constatou o Ministério Público Federal (MPF), que entrou com ação para que a União, o Estado e o município providenciem o inventário e o tombamento dos bens deixados pelo médium.

Na ação, a procuradora Raquel Silvestre diz que, apesar de reconhecerem o valor cultural e histórico do patrimônio, "os réus nada fizeram para conservá-los". Atualmente, os bens de Xavier estão expostos na casa onde morou boa parte da vida, transformada em museu por seu filho adotivo, Eurípedes dos Reis.

No local, há livros, esculturas, imagens sacras, mobiliário, fotos, roupas, documentos e outros bens. Mas, segundo a procuradora, os itens estão sem identificação e proteção. Para o MPF, no estado em que se encontram, os bens de Xavier correm risco de "se extraviar e deteriorar".

O coordenador de Patrimônio Museológico do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Cícero Almeida, sugeriu "análise e seleção criteriosas" do patrimônio antes do tombamento. "Há coisas mais importantes e outras menos. Com a medida, o Estado terá responsabilidade sobre coisas sem importância, porque essas medidas geram impacto para o Estado e para o particular. Lá também é uma casa", ressaltou.

Para Raquel, é necessário o tombamento para que se crie a obrigação de conservar as características originais do patrimônio. Ela lembra que a medida administrativa não significa ingerência sobre os bens por parte do poder público. O Estado não conseguiu contato com Eurípedes dos Reis.

MARCELO PORTELA

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Tédio e quinze minutos de fama

Andy Warhol e Pelé em Nova York nos anos 70: celebridades não tão efêmeras


O fenômeno Luiza no Canadá nos dá uma pequena noção do que é o mundo que estamos vivendo e como vai ser nos próximos trinta anos. Luiza tornou-se uma celebridade instantânea, em função de um comercial regional da TV, confirmando a profecia do artista plástico Andy Warhol de que no futuro todos seríamos famosos por quinze minutos. A visão profética de Warhol aconteceu no final dos anos 60 e até hoje é sempre lembrada quando coisas assim aparecem nos meios de comunicação. Como acontece também com o BBB, as massas se deliciam, pois têm a sensação artificial de que estão fazendo parte dessa coisa; os artistas dão risadas, os intelectuais se irritam, os desinformados ficam abobados e completamente perdidos nas conversas; e assim o factóide rapidamente vai se espalhando como uma praga informacional.

Esse é o nosso mundo, realidade intensamente vivida por pessoas de todas as idades nas redes sociais da internet. Não vale a pena se irritar, espernear, xingar nem fazer discursos suspeitos de apologia da inteligência. Isso só vai demonstrar a nossa insegurança e incapacidade de lidar com o fenômeno; e de quebra vamos ser chamados pejorativamente de “dinossauros da Era do Texto Plano”, de uma época em que gastar papel e tinta era sinônimo de superioridade mental. As coisas não são mais como eram e vão piorar para quem ficar de boca aberta esperando trem bala passar. Muitos de nós, da Era Industrial do século passado, podemos nos pós-modernizar e nos adaptar à uma boa parte dessas mudanças. Isso não significa ficarmos “ultra moderninhos” e , da noite para o dia tentar fazer tudo aquilo que as gerações y e z estão fazendo com os pés nas costas.

Voltando ao assunto, agora Luiza está no Brasil e tenta prolongar o prazer da fama por mais quinze minutos, metaforicamente falando. Se conseguir, será uma proeza, pois tudo indica que cairá no ostracismo assim que surgirem outros fenômenos para combater o tédio social e a falta de perspectiva que todos estão vivendo. Se isso persistir, vai acontecer outra coisa interessante e que já ocorreu em outras épocas: vamos voltar ao passado, numa nova onda de nostalgia, para suprir essa insuportável convivência com o presente e a incapacidade de visualizar o futuro.

Que época antiga iremos cultivar? Os anos 80 e 90? Ou vamos voltar ao século 19, quando toda essa crise começou, enchendo as morgues de desencantados e suicidas?

Outra solução naquele tempo foram as guerras, cuja moda avançou no século 20, sacudindo com cem milhões de mortos o mundo tomado pela mesmice dos sistemas.

Uma dúvida cruel como essa só tem um remédio: ler um bom livro, nem que seja esse sobre o Steve Jobs.


Morgue de Paris em 1867: atração para o turismo de massa


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Ainda sobre as mortes prematuras

A propósito do assunto mortes prematuras, lemos e reproduzimos a notícia sobre a morte da menina paquistanesa que se tornou símbolo das obras sociais da Microsoft:


"Arifa Karim Randhawa, que ficou famosa quando se tornou com somente nove anos na pessoa mais jovem a obter um certificado profissional da Microsoft, morreu em um centro médico da cidade oriental de Lahore.

A menor, que segundo fontes hospitalares tinha 14 anos, sofreu um infarto no dia 22 de dezembro e os médicos se mostraram muito pessimistas com a previsão médica, embora a família ainda tivesse esperanças de que sobrevivesse.

"Estamos chorando sua perda mas era uma menina muito forte. Era um presente de Deus e agora ela voltou para Ele", disse ao "Express" um tio da menina prodígio, Ahsan Randhawa.

A especialista em informática será enterrada perto da cidade de Faisalabad, na província oriental de Punjab, da qual é originária.

Depois que Arifa conseguiu o diploma profissional da Microsoft, um assombrado Bill Gates a convidou para visitar a sede de sua companhia e tirar fotos com ele.

De família humilde, a menor, que obrigou seu pai a comprar-lhe um computador quando tinha apenas cinco anos, era uma inspiração para o Paquistão, um país com sérios problemas políticos, econômicos e de segurança, e seu caso despertou uma onda de solidariedade".

EFE/ IG

domingo, 15 de janeiro de 2012

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Semelhantes e semelhanças

O crack está literalmente quebrando as nossas fibras e pernas. É um caminho bem rápido e doloroso para o suicídio, no qual as vítimas têm poucas chances de atender aos chamados do instinto de conservação. Acabam, cedo ou tarde, se precipitando no abismo da morte trágica.

Como muitas outras instituições e grupos de ajuda, o Hospital Francisca Júlia – do Centro de Valorização da Vida, recebe constantemente alguns desses dependentes químicos, que para nós nada mais são do que pessoas portadoras de transtornos mentais. A maioria, mesmo passando pelo período de tratamento, por serem detentoras do livre arbítrio, fraqueja nas escolhas e cede ao desejo de voltar ao hábito vicioso. É uma decepção para todos: familiares, profissionais de saúde e principalmente eles mesmos. Quando isso acontece, a auto-estima desaparece quase que completamente dificultando qualquer tipo de dialogo e reflexão. Resta então confiar no tempo e numa remota esperança de reação.

A fotografia publicada na imprensa mostra a luta entre a lei e a transgressão, reflexo de uma medida governamental para limpar a área conhecida como Cracolândia, na capital paulista. Trata-se de um ponto de encontro para onde convergem dependentes químicos não só de São Paulo, mas também de cidades da região e até do litoral.

Seguindo a lei sociológica das minorias, esses dependentes se assemelham, se atraem, se agrupam e passam a criar as próprias regras de convívio e sobrevivência. Essa lei natural tem o poder de protegê-los pelo processo de adaptação. É uma cura provisória, para evitar a morte imediata. O poder público conhece essa lógica social e psíquica e toma as providências reconhecidamente paliativas, ou seja, não é garantia de que as coisas irão mudar. Juntamente com limpeza da área e a oferta de tratamento deveriam vir soluções de reinserção social, mais eficientes, porém muito onerosas.

Todos que ali estão, mesmo que afundados nessa realidade escravizadora, ainda possuem algum lampejo de dignidade e não somente a idéia fixa de satisfazer a fissura de consumo. São seres humanos que se tornaram “trapos ” e que desafiam a nossa dignidade enquanto espécie e gênero.