domingo, 27 de março de 2011

Socorro e preces aos que se matam

A poetisa Francisca Júlia: suicídio e socorro espiritual aos semelhantes

Algumas obras espíritas explicam não somente a gravidade moral do suicídio, mas principalmente as graves conseqüências do gesto. As vítimas dessa verdadeira “cilada” do destino, perturbadas pelas suas condições emotivas e pelas circunstâncias complicadas em que estão envolvidas, cometem uma dolorosa sucessão de erros. Todas elas pedem socorro inconsciente e mesmo assim sucumbem ao intenso desejo de fuga e auto-destruição. Talvez acreditem que estejam entrando em sono profundo para esquecer as dúvidas e tormentas que as incomodam. Ledo engano. Os tormentos decorrentes são os mais cruéis possíveis, tão cruéis que parecem ter sido propositalmente esquecidos na famosa descrição do inferno feita por Dante. A observação é de Yvone do Amaral Pereira, médium e autora de Memórias de um Suicida, em pareceria com o espírito Camilo Castelo Branco. Yvone, como Camilo, também uma ex-suicida, dizia-se exilada na Terra e ainda estar internada numa instituição espiritual de recuperação e que apenas estava iniciando uma nova fase de resgate do erro cometido numa existência anterior.

Essa moléstia psíquica persegue bem de perto os artistas, sobretudo os poetas e escritores, enfermos dos sentimentos e andarilhos em suas existências incertas. Muitos são reincidentes no erro e parecem estar seduzidos pela necessidade de auto-punição, agravando ainda mais seus débitos íntimos. Francisca Júlia, a poetisa que se matou no mesmo dia do velório do seu amado, deve estar muito triste e em prece ao saber dos casos de Cibele e Gilberto. Infelizmente, como relatam algumas crônicas espirituais semelhantes, eles não estarão juntos. Pelo, contrário, o gesto vai mantê-los distantes por um tempo longo e angustiante, não por castigo de Deus, mas pelas suas próprias consciências em culpa. De nada adiantaram os avisos de espíritos amigos e talvez a amizade ofertada pelos voluntários do Centro de Valorização da Vida. Mas a poetisa e muitos outros obreiros socorristas do Além persistem na ajuda e no esclarecimento desses seus irmãos atormentados. Aqui na Terra os voluntários do CVV também continuam a postos.


Atriz Cibele Dorsa morre em São Paulo

A atriz e escritora Cibele Dorsa, de 36 anos, morreu, por volta das 2 horas de ontem. A polícia investiga o caso, mas suspeita que ela se jogou da janela de seu apartamento, na Rua Adalívia de Toledo, no Real Parque, região do Morumbi, zona sul de São Paulo. O noivo de Cibele, o apresentador de TV Gilberto Scarpa, de 27 anos, sobrinho do empresário Chiquinho Scarpa, havia se matado do mesmo modo em 30 de janeiro deste ano. A morte de Cibele foi registrada no 34.º Distrito Policial (Morumbi). Momentos antes de morrer, à 1h49, Cibele falou por meio do Twitter sobre a perda do noivo. Disse lamentar e ressaltou que "não conseguia suportar". Afirmou ainda que "lutou" o quanto pôde. Cibele também foi casada com o cavaleiro Álvaro Afonso de Miranda Neto, o Doda, e tinha dois filhos. 

O Estado de S.Paulo, 27 de março de 2011

quarta-feira, 16 de março de 2011

Mito e mentira

Dédalo e Ícaro: mito sobre as verdades ocultas do livre arbítrio


Num curioso artigo escrito por José Chaves*, sobre questões religiosas e interpretações literais, lemos o seguinte parágrafo introdutório:

“A teologia dos cristãos primitivos era mitológica. As tradições religiosas e mitológicas dos países circunvizinhos da Palestina estão presentes no judaísmo, que os transmitiu para o cristianismo. Aliás, todos os primeiros cristãos, inclusive Jesus, eram judeus. Assim, muitos teólogos cristãos antigos colocaram em suas elucubrações teológicas ideias mitológicas. E é estranho que a teologia cristã do Terceiro Milênio ainda esteja mesclada de mitologia!”

Mais adiante o autor justifica esse raciocínio dando a sua definição de mito e mitologia:

“A palavra base da mitologia é mito, sinônimo de fábula e de mentira. Mitomania é mania de mentir. E a mitologia tornou-se importante nos trabalhos eruditos modernos como subsídio da ciência da história das religiões. Mas questões religiosas mitológicas não devem ser interpretadas literalmente. A própria Bíblia, que recebeu também influências mitológicas, tem muitos textos que não podem ser interpretados literalmente”.

Achamos que o artigo teve boa intenção, mas não foi feliz ao definir esses dois importantes conceitos, certamente com a intenção de justificar o título e os demais argumentos, aliás apresentados com muita riqueza de referências bíblicas.

No entanto, temos nós uma opinião bem diferente dessa abordagem da tradição aristotélica.

Mito significa metáfora, símbolo, mistério, enigma, ou seja, verdades ocultas que podem ser reveladas segundo a capacidade dos observadores e intérpretes. As parábolas de Jesus estão repletas de mitos educativos voltados para os dois aspectos da natureza humana: a mentalidade infantil e a mentalidade madura. A racionalização empregada na interpretação do mito transforma o mesmo em algo incompatível com esses modelos filosóficos lógico-racionais. Mas nem todas as coisas lógicas são verdadeiras. Evangelho, por exemplo, é mito ou leitura simbólica das nossas limitações íntimas. Portanto, Evangelho é ilógico e subjetivo. Deixa de ser mito quando é racionalizado e quando passamos a mentir para nós mesmos. Mitologia talvez seja mentira do estudioso do mito.


*José Reis Chavez. Questões religiosas não devem ser interpretadas literalmente. Publicado no Jornal OTEMPO em 14/03/2011 e no Blog de Espiritismo.

sábado, 12 de março de 2011

Quem somos nós?


Das muitas referências que encontramos na internet sobre física quântica, a que mais nos esclareceu sobre o tema foi o documentário "Quem somos nós", que já havíamos assistido há alguns anos por indicação do amigo e professor Ivan Ameida. No Youtube ele está dividido várias partes. Essa primeira parte que aqui publicamos nos dá um boa noção do que o documentário contém e das possíveis relações que podemos fazer do tema com o Espiritismo. Uma delas é a hipótese panteísta, refutada por Kardec em obras póstumas.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Alguém poderia explicar o que é Física Quântica?

Silêncio, gênios pensando: Max Planck conversa com Albert Einstein. Do que será que eles estão falando?


Uma entrevista do médium José Raul Teixeira declarando que a associação entre espiritismo e física quântica é “fanfarronice” empolgou muitos críticos espíritas. Teixeira não é apenas médium espírita, mas também é catedrático em física. Explicou porque os espíritas religiosos e místicos se entusiasmaram com essa idéia de que a nova física pode explicar o mundo espiritual e comprovar a existência do espírito. Assunto delicado e complexo, mesmo porque o próprio Teixeira deixou claro que muitos físicos não conhecem física quântica, dando a impressão de que se trata de um segmento obscuro e marginal no meio acadêmico.

Então a física mecanicista de Newton ainda vale como paradigma dominante? O universo é previsível e certo como exatidão matemática? Física quântica se opõe à física tradicional?

Realmente são coisas muito difíceis de entender, tanto que os próprios físicos se mostram cautelosos ao falar sobre o tema. Nós que somos leigos então, ficamos a ver navios nesse imenso oceano da ignorância e temos mais é que calar a boca. Será que ainda podemos ter dúvidas?

Alguém poderia explicar, à luz da física, o que significa esse trecho do famoso artigo de Carl Rogers?

(...) Os velhos padrões se desvaneceram. Isto nos inquieta e nos deixa incertos.

A busca por uma unidade material (moléculas, átomos, núcleos do átomo, inúmeras micro-partículas) do universo foi infrutífera. Ela não existia. As partículas eram padrões de energia oscilante. Toda nossa percepção da realidade se desvaneceu em irrealidade. Nosso mundo era diferente de qualquer coisa que tivéssemos imaginado. Não existe solidez nele.

A ciência – pedra angular da nossa era tecnológica- não é mais simplesmente um sistema linear de causa e efeito, mas é uma descrição maravilhosamente complexa do processo recíproco de causa e efeito através do qual o universo está criando a si próprio!

A realidade, como a temos conhecido – matéria, tempo e espaço – não existe mais de nenhuma forma fundamental. Estamos frente a uma realidade misteriosa de energias oscilantes que operam formas bizarras. É uma realidade de uma interconexão quase que mística , uma relação que participa cada entidade, tanto animada quanto inanimada. Como indicou um grande cientista, o universo não se parece mais com uma grande máquina. Assemelha-se a uma grande “idéia”.

Do que ele está falando? O que significam essas reflexões e todas essas pesquisas? Teria sido esse o motivo de Rogers ter, no final da vida, admitido a existência e a comunicação com os espíritos?

As pesquisas de J.S. Bell –1964 a 1972 - sugeriram um universo interconectado em cada evento está em conexão com todos os outros.

Partículas gêmeas, com o mesmo spin, poderiam ser separadas. Se o spin de uma dessas partículas é alterado,o spin da outra muda instantaneamente. Como essa partícula “sabe” o que está acontecendo à sua partícula gêmea?

Existe no universo um misterioso e desconcertante vínculo de comunicação.

Nesse novo paradigma, matéria, tempo e espaço desaparecem como conceitos absolutos ou como conceitos significantes. Existem apenas oscilações. A solidez de nosso mundo desapareceu. O velho paradigma não serve mais.”


Sinceramente, estou perdido e preciso urgentemente entender todas essas coisas e principalmente compreender o que tudo isso tem a ver com o Espiritismo.

“(...) A ciência – pedra angular da nossa era tecnológica- não é mais simplesmente um sistema linear de causa e efeito, mas é uma descrição maravilhosamente complexa do processo recíproco de causa e efeito através do qual o universo está criando a si próprio!

Fritzjof Capra e Gary Zucav demonstram a convergência entre a física racional e teórica do ocidente e o esoterismo pragmático oriental”.

Por favor , alguém poderia explicar?

Puxa vida! E eu que estava tão empolgado...