segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Código secreto de Chico Xavier?

Chico Xavier nos anos 1970 em plena atividade na sua tarefa pública. Sem vaidades nem segredos.


Há quem interessa essa questão do Código Secreto de Chico Xavier?

Não existe nenhum motivo plausível, a não ser por questões familiares, para cremos num código secreto de Chico Xavier. Seria até um contra-senso da parte do médium, que sempre respeitou e colocou em prática os ensinamentos de Allan Kardec, alimentar esses exageros religiosos e concepções exóticas e estranhas à doutrina espírita.

Então, por que um código secreto? O que Chico teria a nos dizer se, durante toda a sua existência, ele nunca se preocupou em dizer coisas de si mesmo, das suas idéias próprias?

Chico sempre serviu de intermediário das idéias dos espíritos e sempre reconheceu o seu papel de simples colaborador ou canal mediúnico. Por que então, depois desencarnado, seria diferente?

Será que as pessoas estão se esquecendo que tudo que o médium produziu de importante não era de sua autoria e que o essencial de sua obra pessoal foi a caridade e que esta jamais esteve revestida da máscara do segredo?

Então que segredo é esse senão a nossa incapacidade de enxergar o que não queremos ver ?

Quem ou o que está por trás dessa idéia medíocre e que depõe contra a própria sobriedade e responsabilidade que o médium sempre demonstrou quando estava entre nós?

Se o caso permanecesse na esfera familiar poderíamos até compreender que houvesse algo que deveria ser esclarecido e que seria apenas do interesse de quem conviveu próximo do médium. De outra forma, nos parece ser esta uma questão de imaturidade e abuso, uma necessidade mesquinha de alimentar um falso prestígio em torno da figura carismática e admirável de Chico Xavier.

O Espiritismo não tem segredos, nunca foi de segredos e foi totalmente estruturado pelo Espíritos Superiores para abolir essas idéias e práticas da cultura dogmática e manipuladora da fé popular.

Os espíritas verdadeiros, portadores da consciência e da moral decorrentes da Doutrina dos Espíritos certamente não se interessam e até ficam indignados quando algo de bom sobre Chico Xavier deixa de ser divulgado ao público para ceder espaço ao fanatismo e à vaidade dos pretensos amigos e admiradores de Chico Xavier.

sábado, 11 de setembro de 2010

Triste nota de jornal:

Suicídios e depressão custam bilhões ao Japão

Suicídios e depressão custam US$ 32 bilhões por ano ao Japão, um dos países com altas taxas de suicídios. Na conta entram renda perdida, tratamentos e benefício sociais. Em 2009, 32 mil pessoas se mataram no Japão. É a primeira vez que o país divulga esse tipo de dado. –BBC Brasil


Ao contrário da cultura ocidental, que vê no suicídio um gesto de covardia ou ainda, na visão religiosa, uma rebeldia contra as leis divinas, no Japão tirar a própria vida significa coragem e heroísmo, ainda que sejam derradeiros gestos de protesto e desespero. O costume, herdado das tradições militares feudais e que coloca a honra acima da própria vida, ainda repercute na sociedade nipônica como a última arma de enfrentamento contra as tensões da modernidade. Para um povo educado milenarmente para encarar a vida como um jogo heróico de combates e vitórias, aceitar as derrotas que a existência impõe torna-se um tormento maior do que a própria morte. Digerir um fracasso é muito mais doloroso. Então, diante da possibilidade de encerrar o ciclo humilhante, até mesmo as crianças são impelidas a cometer suicídio para compensar o sentimento de impotência e derrota.

É possível que esses suicidas sejam na verdade espíritos reincidentes e que sucumbem facilmente diante da complicadíssima prova do orgulho e do egoísmo.

Ah!, como é difícil admitir o erro e conter esse fogo interior que consome os orgulhosos. É um fogo cruel cujas chamas corrosivas só se apagam quando lágrimas copiosas se voltam contra elas. E como é difícil chorar de olhos abertos e cabeça erguida!

Lemos certa vez que os mentores do Alto viam com outros olhos a auto-violência do harakiri praticado pelos samurais, bem como o gesto patriótico dos modernos kamikazes, embora isso não os livrasse das consequências negativas do suicídio. Como será que esses mentores olham as milhares de almas que hoje seguem os exemplos desses seus ancestrais?

O mesmo Japão que se humilhou formando filas imensas para pedir desculpas aos oficiais norte-americanos após a derrota na II Guerra poderia canalizar esse enorme gesto de humildade para desarmar esses espíritos rebeldes que insistem em desafiar as leis da Vida.

Ah!, como bom e reconfortante poder chorar, se humilhar, pedir desculpas...

Ah!, como é bom poder carregar esse fardo como se fosse o mais leve de todos que temos sobre os ombros!