domingo, 16 de março de 2008

Jerusalém, Jerusalém...




Funerais das vítimas do atentado ao seminário de jovens em Israel. Imagens: New York Times

A chamada Semana Santa, que marca os trágicos acontecimentos do Gólgota e os episódios das aparições de Jesus aos apóstolos, continua a ter forte repercussão na mentalidade religiosa ocidental e também nos admiradores da filosofia e do modo de vida cristão. A velha cidade palestina que serviu de cenário para os martírios do Mestre, na época sob cruel regime romano, ainda é alvo de equívocos e incertezas sobre o seu real significado histórico. Continuam ali os seculares conflitos estimulados pelo ódio e pela violenta disputa do espaço geográfico entre culturas diferentes, embora muito semelhantes em suas mais remotas origens semitas. Divergem eles sobre a natureza ideológica daqueles territórios, ignorando as narrativas bíblicas que sempre apontaram Canaã e Jerusalém como metáforas do Reino de Deus. Ignoram também as leis divinas que identificam aqueles lugares sagrados como símbolos da fraternidade, do desapego aos valores materiais, do tempo futuro, da Terra como planeta regenerado e não mais como doloroso campo de provas e expiações.

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