segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Morte e mistério no Egito

Máscara de Tutancamon

Howard Carter a uma passo da eternidade...

Carter com Lorde Carnavon e sua filha Evelyn

Escavações no Vale dos Reis

Duas imagens de Carter junto ao sarcófago de Tut

Fotos atuais da câmara mortuária do faraó (clique para ampliar)


Na transição entre os séculos XIX e XX a arqueologia era o centro das atenções científicas do mundo ocidental. Temida e respeitada, pois servia de braço ideológico armado na luta entre a fé e a razão, o espírito e a matéria, essa ciência auxiliar da História e suas impagáveis escavações do passado trouxeram à tona as mais apaixonantes revelações sobre a experiência humana nas civilizações antigas.

Mas essa demolição de mitos também teve seus lances surpreendentes e enigmáticos a favor do paradigma espiritual , como as mortes misteriosas ocorridas na equipe de Lorde Carnavon e Howard Carter, descobridores e “violadores” da famosa câmara mortuária do faraó Tutancamon. O assunto permaneceu envolto em mistério por longos anos e até hoje é objeto de curiosidade, mesmo para quem conhece as informações do Espírito Emmanuel esclarecendo as causas do ocorrido.

Os tesouros malditos de Tut

“Poucos objetos e nenhum sinal das múmias dos faraós foram encontrados nas pirâmides. Mas a descoberta feita pelo egiptólogo Howard Carter deu uma idéia do que poderia haver nesse momumentos. Em novembro de 1922, após quinze anos de escavações no Vale dos Reis, ao sul do Cairo, Carter e seu financiador, George Edward Herbert, primeiro conde de Carnavon, abriram a entrada de uma tumba que sabiam pertencer ao faraó Tutancamon (ou Tut). Encontraram uma magnífica coleção de vasos, carruagens, tronos e jóias.

Certa apreensão acomparanharam esse triunfo. Corriam rumores de que os hieróglifos da tumba prometiam vingança contra quem a violasse. E uma cobra – os símbolo dos faraós – havia devorado um canário pertencente a Carter. Para alguns o significado era claro: uma terrível punição cairia sobre aqueles que ousassem profanar a derradeira morada do faraó. Impávidos, os exploradores prosseguiram no ano seguinte as escavações até encontrarem a Câmara com o sarcófago de Tut. Mas Lord Carnavon morrera envenenado alguns meses antes – vítima, segudo alguns , da maldição do faraó”.

Mistérios do Desconhecido – Lugares Misticos. Abril Livros


A civilização egípcia, por Emmanuel

Dentre os Espíritos degredados na Terra, os que constituíram a civilização egípcia foram os que mais se destacavam na prática do Bem e no culto da Verdade.

Aliás, importa considerar que eram eles os que menos débitos possuíam perante o tribunal da Justiça Divina. Em razão dos seus elevados patrimônios morais, guardaram no íntimo uma lembrança mais viva das experiências de sua pátria distante. Um único desejo os animava, que era trabalhar devotadamente para regressar, um dia, aos seus penates resplandecentes. Uma saudade torturante do céu foi a base de todas as suas organizações religiosas. Em nenhuma civilização da Terra o culto da morte foi tão altamente desenvolvido. Em todos os corações morava a ansiedade de voltar ao orbe distante, ao qual se sentiam presos pelos mais santos afetos. Foi por esse motivo que, representando uma das mais belas e adiantadas civilizações de todos os tempos, as expressões do antigo Egito desapareceram para sempre do plano tangível do planeta.

Depois de perpetuarem nas Pirâmides os seus avançados conhecimentos, todos os Espíritos daquela região africana regressaram à pátria sideral.

A CIÊNCIA SECRETA

Em virtude das circunstâncias mencionadas, os egípcios traziam consigo uma ciência que a evolução da época não comportava.

Aqueles grandes mestres da antigüidade foram, então, compelidos a recolher o acervo de suas tradições e de suas lembranças no ambiente reservado dos templos, mediante os mais terríveis compromissos dos iniciados nos seus mistérios. Os conhecimentos profundos ficaram circunscritos ao circulo dos mais graduados sacerdotes da época, observando-se o máximo cuidado no problema da iniciação.

A própria Grécia, que aí buscou a alma de suas concepções cheias de poesia e de beleza, através da iniciativa dos seus filhos mais eminentes,no passado longínquo, não recebeu toda a verdade das ciências misteriosas. Tanto é assim, que as iniciações no Egito se revestiam de experiências terríveis para o candidato à ciência da vida e da morte - fatos esses que, entre os gregos, eram motivo de festas inesquecíveis.

Os sábios egípcios conheciam perfeitamente a inoportunidade das grandes revelações espirituais naquela fase do progresso terrestre; chegando de um mundo de cujas lutas, na oficina do aperfeiçoamento, haviam guardado as mais vivas recordações, os sacerdotes mais eminentes conheciam o roteiro que a Humanidade terrestre teria de realizar. Aí residem os mistérios iniciáticos e a essencial importância que lhes era atribuída no ambiente dos sábios daquele tempo.

O POLITEÍSMO SIMBÓLICO

Nos círculos esotéricos, onde pontificava a palavra esclarecida dos grandes mestres de então, sabia-se da existência do Deus Único e Absoluto, Pai de todas as criaturas e Providência de todos os seres, mas os sacerdotes conheciam, igualmente, a função dos Espíritos prepostos de Jesus, na execução de todas as leis físicas e sociais da existência planetária, em virtude das suas experiências pregressas.

Desse ambiente reservado de ensinamentos ocultos, partiu, então, a idéia politeísta dos numerosos deuses, que seriam os senhores da Terra e do Céu, do Homem e da Natureza. As massas requeriam esse politeísmo simbólico, nas grandes festividades exteriores da religião.

Já os sacerdotes da época conheciam essa fraqueza das almas jovens, de todos os tempos, satisfazendo-as com as expressões esotéricas de suas lições sublimadas.

Dessa idéia de homenagear as forças invisíveis que controlam os fenômenos naturais, classificando-as para o espírito das massas, na categoria dos deuses, é que nasceu a mitologia da Grécia, ao perfume das árvores e ao som das flautas dos pastores, em contacto permanente com a Natureza.

O CULTO DA MORTE E A METEMPSICOSE

Um dos traços essenciais desse grande povo foi a preocupação insistente e constante da Morte. A sua vida era apenas um esforço para bem morrer. Seus papiros e afrescos estão cheios dos consoladores mistérios do além-túmulo.

Era natural. O grande povo dos faraós guardava a reminiscência do seu doloroso degredo na face obscura do mundo terreno. E tanto lhe doía semelhante humilhação, que, na lembrança do pretérito, criou a teoria da metempsicose, acreditando que a alma de um homem podia regressar ao corpo de um irracional, por determinação punitiva dos deuses. A metempsicose era o fruto da sua amarga impressão, a respeito do exílio penoso que lhe fora infligido no ambiente terrestre.

Inventou-se, desse modo, uma série de rituais e cerimônias para solenizar o regresso dos seus irmãos à pátria espiritual. Os mistérios de Ísis e Osíris mais não eram que símbolos das forças espirituais que presidem aos fenômenos da morte.

OS EGÍPCIOS E AS CIÊNCIAS PSÍQUICAS

As ciências psíquicas da atualidade eram familiares aos magnos sacerdotes dos templos.

O destino e a comunicação dos mortos e a pluralidade das existências e dos mundos eram para eles, problemas solucionados e conhecidos. O estudo de suas artes pictóricas positivam a veracidade destas nossas afirmações. Num grande número de frescos, apresenta-se o homem terrestre acompanhado do seu duplo espiritual. Os papiros nos falam de suas avançadas ciências nesse sentido, e, através deles, podem os egiptólogos modernos reconhecer que os iniciados sabiam da existência do corpo espiritual preexistente, que organiza o mundo das coisas e das formas. Seus conhecimentos, a respeito das energias solares com relação ao magnetismo humano, eram muito superiores aos da atualidade. Desses conhecimentos nasceram os processos de mumificação dos corpos, cujas fórmulas se perderam na indiferença e na inquietação dos outros povos.

Seus reis estavam tocados do mais alto grau de iniciação, enfeixando nas mãos todos os poderes espirituais e todos os conhecimentos sagrados. É por isso que a sua desencarnação provocava a concentração mágica de todas as vontades, no sentido de cercar-lhes o túmulo de veneração e de supremo respeito. Esse amor não se traduzia, apenas, nos atos solenes da mumificação. Também o ambiente dos túmulos era santificado por um estranho magnetismo. Os grandes diretores da raça, que faziam jus a semelhantes consagrações, eram considerados dignos de toda a paz no silêncio da morte.

Nessas saturações magnéticas, que ainda aí estão a desafiar milênios, residem as razões da tragédia amarga de Lord Carnarvon e de alguns dos seus companheiros que penetraram em primeiro lugar na câmara mortuária de Tut Ankh Amon, e ainda por isso é que, muitas vezes, nos tempos que correm, os aviadores ingleses observam o não funcionamento dos aparelhos radiofônicos, quando as suas máquinas de vôo atravessam a limitada atmosfera do vale sagrado.

AS PIRÂMIDES

A assistência carinhosa do Cristo não desamparou a marcha desse povo cheio de nobreza moral. Enviou-lhe auxiliares e mensageiros, inspirando-o nas suas realizações, que atravessaram todos os tempos provocando a admiração e o respeito da posteridade de todos os séculos. Aquelas almas exiladas, que as mais interessantes características espirituais singularizam, conheceram, em tempo, que o seu degredo na Terra atingia o fim. Impulsionados pelas forças do Alto, os círculos iniciáticos sugerem a construção das grandes pirâmides, que ficariam como a sua mensagem eterna para as futuras civilizações do orbe. Esses grandiosos monumentos teriam duas finalidades simultâneas: representariam os mais sagrados templos de estudo e iniciação, ao mesmo tempo que constituiriam, para os pósteros, um livro do passado, com as mais singulares profecias em face das obscuridades do porvir.

Levantaram-se, dessarte, as grandes construções que assombram a engenharia de todos os tempos. Todavia, não é o colosso de seus milhões de toneladas de pedra nem o esforço hercúleo do trabalho de sua justaposição o que mais empolga e impressiona a quantos contemplam esses monumentos. As pirâmides revelam os mais extraordinários conhecimentos daquele conjunto de Espíritos estudiosos das verdades da vida. A par desses conhecimentos, encontram-se ali os roteiros futuros da Humanidade terrestre. Cada medida tem a sua expressão simbólica, relativamente ao sistema cosmogônico do planeta e à sua posição no sistema solar. Ali está o meridiano ideal, que atravessa mais continentes e menos oceanos, e através do qual se pode calcular a extensão das terras habitáveis pelo homem, a distância aproximada entre o Sol e a Terra, a longitude percorrida pelo globo terrestre sobre a sua órbita no espaço de um dia, a precessão dos equinócios, bem como muitas outras conquistas científicas que somente agora vêm sendo consolidadas pela moderna astronomia.

REDENÇÃO

Depois dessa edificação extraordinária, os grandes iniciados do Egito voltam ao plano espiritual, no curso incessante dos séculos. Com o seu regresso aos mundos ditosos da Capela, vão desaparecendo os conhecimentos sagrados dos templos tebanos, que, por sua vez, os receberam dos grandes sacerdotes de Mênfis. Aos mistérios de Ísis e de Osíris, sucedem-se os de Elêusis, naturalmente transformados nas iniciações da Grécia antiga.

Em algumas centenas de anos, reuniram-se de novo, nos planos espirituais, os antigos degredados, com a sagrada bênção do Cristo, seu patrono e salvador. A maioria regressa, então, ao sistema da Capela, onde os corações se reconfortam nos sagrados reencontros das suas afeições mais santas e mais puras, mas grande número desses Espíritos, estudiosos e abnegados, conservaram-se nas hostes de Jesus, obedecendo a sagrados imperativos do sentimento e, ao seu influxo divino, muitas vezes têm reencarnado na Terra, para desempenho degenerosas e abençoadas missões.

A Caminho da Luz, ditado por Emmanuel ao médium Chico Xavier entre 17 de agosto e 31 de setembro de 1938. FEB Editora.

Nenhum comentário: